quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A par de tudo que se passa

Aos meus estimados
a verdade é que eu
vos deveria contar mais
do que eu tenho passado

Mas o prazer é muito
e a atenção me falta
Agora que o sol bateu
no calor mando lembranças

De vez em quando eu bebo
achando que é legal mas
na verdade é pra ajudar
esse meu frio a passar

Esse frio vem e passa
vem o calor e passa
mas uma hora isso para
então ele se instaura

Eu ando dispensando
Cola para o coração
"Wörterbuch" com tradução
E vou bem nesse rojão.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

À mercê do caminho ao pódio.

  Muitas regras, diversos planos e tantas promessas já ouvi, mas eis que nenhuma delas parece me enquadrar. Sinto me a mercê da própria vida e das consequências às quais me conduzi, e ainda às quais tenho oferecido meu esforço como resistência.
  O desequilíbrio dessa vez me parece mais vazio e profundo, apesar de temporário. Tão o é, de tal forma, que à medida que a força que a resistência emprega se esvai, na razão inversa a esperança de que isto se finde tão logo. E é nesse momento, então, que as regras, planos e promessas tornam-se convenientemente sedutoras.
  Apesar do fator em si já ser bastante razoável, novamente as consequência se ponhem a postos para o meu deleite - novamente, não é sobre o quanto incomoda, mas sobre a tolerância à duração; por quanto tempo resiste ao próprio desafio de mais uma vez testar os próprios limites. E naturalmente, vem o medo da exaustão antes do atingimento do objetivo. 
  Em meio ao próprio esforço para superar o desafio, o esforço para domar as próprias feras alimentadas por esta condição e suas consequências. E ao se misturarem, demandam energia de tal forma que, instaura-se uma sensação de vazio oco e profundo no tórax, como numa execução de atividade física intensa e prolongada. Dessa maneira aquelas funções não vitais ao processo, são postas de lado, a fim de salvar energia e assim fazer com que a chegada ao pódio faça-se inevitável.


domingo, 15 de setembro de 2013

Do trânsito


Que fique comprovado
que viajar de fato
um dos quatro melhores      
prazeres da vida é   
                 
É sair sem chegar  ou    
chegar sem sair  além       
outra combinação que
se permita construir               

Ver que a sua mochila 
e teu livro de contos         
parecem mais cheios
após cada parada
                                                                      
E a cada partida      
Deixar a casa para trás
O Lugar onde os seus 
Pés ficaram  descalços.

sábado, 14 de setembro de 2013

Do viajante sem métrica

Do que vale uma viagem
Se ao voltar você tentar
Se convencer que não mudou
E o mesmo a ser continuou

E que como numa troca
Recusa a acreditar
Que d'onde foi parte levou
E parte de si lá deixou

Se a janela não mostrar
Tua admiração
Pelo lugar d'onde voltas
E amor por tuas origens

E sequer nenhuma dessas
Dúvidas te ocorrerem
Meu caro ponha-te a
Investir em outras coisas.

domingo, 1 de setembro de 2013

Blietzkrieg

Quando se está um tanto dopado, inerte a realidade, voltam os fantasmas, e a se inquietar. Novamente, a cabeça pesa, pela pressão cinética que esta inquietude gera na mente.
Esta, então, passa a figurar como uma estrutura física, visto o peso desta perturbação psicológica.

E a inquietude fervilha mais uma vez indomável, desta vez talvez mais que nas outras, já que perdeu-se a prática e a habilidade para desfazê-la desse modo já está dormente.
Apesar disso, não incomoda, mas vem como um pulso, em ritmo de blietzkrieg. Não se domina, não se controla, mas vem forte, incisivo e contundente, e com a sua bestialidade querendo dizer algo, que só a sensibilidade, que não a alcança, seria capaz de traduzir em linguagem assimilável.

Durando pouco mais que o tempo suficiente para descrevê-lo, como acima, se encerra, e agora ecoa.
Talvez ainda seja possível decifrar, a partir do eco; desvendar o rastro que leva ao começo.
O desafio maior, cai à parte; decodificar a mensagem, para depois, então, dispor-se a compreendê-la. - Os desafios imediatistas continuam bastante sedutores.

sábado, 27 de julho de 2013

Do peso da mistura.

As lágrimas não funcionam mais como fotografias do estado em que se encontra; Não se distingue na sua formulação o quanto há de alegria e o quanto há de falta.

Seja qual for, há o desafio a parte de, nao simplesmente, tentar entender aquelas lágrimas que deveriam escorrer,  mas também de tentar fazer com que a barreira que as retém deixe de agir de modo tão eficaz.

E de fato, aposta-se muito na potencial ineficácia desta barreira, pois, como um passarinho que tem sua estrutura anatomica desenvolvida para nao carregar peso desnecessário,  acredita que possa livrar-se de peso desnecessário e assim alçar finalmente voos mais longos e de altitudes maiores.

sexta-feira, 29 de março de 2013

E põe-se à Lua.


Perdem-se a elogiar aquela que sobe pela noite. Na contramão, não intencional, sugere elogio ao fim da descida do corpo celeste.

Em  sua cadência, e frente ao desafio que a obtenção de prazer frente à beleza lhe representa, percebe como beleza mais admirável o "se pôr" que o nascer. 
Da idéia mais absurda, a idéia impactante, o nascimento foi inerente. Nascer não implica em credibilidade, enquanto que por-se, implica numa trajetória repleta, que circunstancialmente, em função dos desafios vem se tornou exclusiva; atingiu o fim.



sexta-feira, 1 de março de 2013

A prosa do equiliblio

No momento em que novamente reconhece como "perda de tempo" o delineamento de conjecturas, ironicamente é posto frente à mais uma.


A projeção das conjecturas, sempre tão adoravelmente afáveis; o suficiente para resgatar ao mundo das possibilidades não necessariamente concretizáveis, mas doces num tanto para fazer sentir-se bem a ponto de   fazê-lo diminuir a inércia frente ao movimento que se apresenta.




Conjecturar; adorável para si, mas não em si. As que lhe chegam são perdas de tempo, e também seriam as suas próprias, caso essas conjecturas não fossem capazes de transportar ao agradável. Perder tempo; a tentativa natimorta de quantificar inúmeras variáveis, a fim de obter um resultado controlado, mas facilmente capazes de gerar o sentimento de plenitude. Plenitude esta, pelos agradáveis pontos que surgem ao primeiro momento, tanto pelos desafios, que demoram a vir a tona em função de terem sido mascarados pelos primeiros.



Não sendo a primeira vez, recorda-se da outra em que situação parecida aconteceu. Pôs-se a conjecturar, e tentar chegar ao sedutor resultado controlado, considerando as variáveis que lhe cabiam ao momento. Por excelência da ação, precisa mais uma vez se dispor a este insucesso, de quantificar e avaliar qualitativamente a influencia desses inumeros X, Y, Z, A, B, C... sobre o projeto final. 



Dessa vez, algumas variáveis se repetem, mas novas surgiram, e até bem nutridas; de modo que ao mesmo tempo em que se inebria mais fortemente, tem maiores condições de analisar o impacto das variáveis já não tão massivamente mascaradas como noutros tempos. 



O desequilibrio gerado inerentemente pela situação, faz, por fim, que o a capacidade de auto-equilibrio se afirme, ao ser abalada.



terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Elogio à Paciência

A impaciência instaurada dessa vez não é aquela intrisseca, sob a qual frequentemente se admitem ilusões sobre sua mutabilidade e que por vezes se concretizam. Dessa vez, o grau de  assimilação é o que mais incomoda. Assimilação tamanha que  permite sua penetração às camadas mais internas deste bulbo.

Em sua dilaceração até o centro, o efeito é impresso nas variadas camadas do caminho.  A degradação desses nutrientes contidos nestas camadas ocorre inevitavelmente. E de tal e modo que à medida em que esses nutrientes são requisitados, frente à uma situação desfavorável ao desenvolvimento, observa-se nitidamente a influência de tal agressiva impaciência.

Naturalmente o desenvolvimento ocorre num plano de  incertezas. Qualquer possibilidade de certeza sobre uma delas, contudo, é o suficiente para fazer com que se ignore esse plano e se desloque facilmente para o outro onde as certezas são tão necessária assim. Os desafios passam a ser outros, embora a necessidade de atingimento do objetivo continue presente. 

O desenvolvimento continua ocorrendo, com eficiência oscilante, e as interferências parecem continuar as mesmas. Talvez não se tenha abandonado o tal do plano das incertezas, mas simplesmente haja a crença de que se esteja em outro e respondendo continuamente a ele; o que o impossibilita de perceber que esta apenas vivendo mais uma ilusão, de estar respondendo ao ambiente que desejaria estar, sem de fato se perceber nele.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

À Prudence

Excessivo este foco que te impede de considerar e perceber as lateralidades. Embora haja admiração profunda pelos resultados que entrega, sua força também suscita, ao mesmo tempo, também este sentimento, que se evidencia sobre a influência que termina exercendo sobre os outros. 

Fagocitar os outros, eliminando, ou, com sorte, apenas reduzindo suas habilidades e competências não parece ser intencional, mas o impacto disso se percebe até mesmo sobre momentos em que os outros distoam de como se apresentaram em tempo não tão longínquo assim. 

Poderiam ser considerados como respostas adaptativas, mas estes comportamentos foram apenas respostas  à seleção aplicada. Haveria possibilidade distinta, não fosse pela ausência de força e respeito que apresenta.

São traços arcaicos como esses, cuja própria personalidade impõe como impassíveis de reformulação; toda essa autoridade formal, como se fato houvesse partes diferentes sobre as quais pudessem ser atribuídas identificações de níveis superiores e inferiores, mas não; o manejo dos esforços está sendo canalizado para a obtenção de objetívo específico e não compartilhado.

Ao mesmo tempo em que acerta muito, por ignorar o amanhecer, os ventos suaves e os pássaros cantantes, erra muito, sem a consciência de reverter estes erros em aprendizado. 

A coexistência representa um desafio, que nem mesmo a diplomacia seria capaz de driblar os embates por ele gerados. Em todo caso, considerar a tentativa de ensino sobre os teus métodos, e como vês a vida se mostra como alternativa. Em todo caso, a percepção de que não se consegue olhar a volta não cabe ser ignorada.

O reconhecimento, em toda possibilidade, tem representado o maior desafio.