domingo, 30 de maio de 2010

Qual a solução para os seus problemas?

Identificar. Resolver um problema sem identificá-lo beira a utopia.
Eu não sei qual seria a solução para os meus problemas, apenas evito que surjam outros.
Para tal, desisti de me conhecer, ou melhor, simplesmente optei por não fazer disso uma necessidade.Talvez minha mente já tenha conseguido, identificar maneiras de "se passar a perna", de modo que minha linha de raciocínio sobre pensar a vida esteja um pouco enferrujada, e resistindo a ser resgatada. Talvez tenha apenas dificultado o acesso a ela, e não me sentisse mais motivado a desenvolvê-la pelo simples desejo de não querer angariar mais possíveis frustrações.

Só dou valor ao que me interessa, e o que me interessa é aquilo que possui apenas fins práticos e observáveis, ainda que tangentes a mim.Por isso não me interesso muito em me conhecer, já aceitei que minha vida é um caminhar sem destino, simplesmente o que sei é que neste caminhar, ao olhar para os lados às vezes eu vejo coisas agradáveis, mas nem sempre é o que acontece.

Não me interesso em me conhecer, exclusivamente por acreditar que me conhecer não vai fazer de mim uma pessoa melhor, ou pior, e que ainda que fosse de qualquer um desses jeitos não me importaria muito. Independente do que for, estarei sempre suscetível a a ser alvo de críticas e insatisfações, seja por parte de mim ou dos outros.

Tentar se conhecer é apenas uma atividade desgastante; se você faz, faz, faz, e continua a fazer, sem chegar a uma conclusão muito animadora. É frustrante saber que por mais que você queira e se esforce para, você nunca vai saber quem você é e por isso, não conseguirá identificar uma raiz comum a todos os seus problemas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Da força do pensamento e a velocidade do tempo

Você pode desejar que os eventos passem mais rapidamente com tenacidade mas apenas para suprir a sua necessidade de se iludir, ainda que esta não seja voluntária. Com ou sem o seu consentimento, você está suprindo a fome de mais uma ilusão da qual você necessita -a sensação de controle, seja do processo por inteiro ou somente de uma situação (parte do processo) - ou até para que esta ilusão alimente a sua sede pelo poder, poder este, que quando questionado sobre, você não tem condições de dizer que necessidade você tem dele, sem que para isso seja necessário recorrer a uma resposta vaga, baseada nos valores que você absorveu e ajudou a construir.

Concentrar toda a força que você acredita que seus pensamentos têm não é tão frutífero quanto você crê, de fato. Você se ilude ao acreditar que os eventos passaram mais rápido quando você desejou que eles realmente tivessem passado mais depressa; este placebo te viciou.

Fatalmente os eventos seguem na mesma velocidade, e o seu pensamento só tem força suficiente para te moldar e, deste modo, te fazer acreditar que a velocidade do tempo muda, sendo que na verdade o tempo continua a passar e você se frustrará toda vez que conseguir perceber que não conseguiu transformar a sua ilusão em realidade e por perceber que para concretizar esta ilusão seria necessário chegar a algum ponto, que você não sabe e não saberá qual é e nem onde fica, estando fadado a alimentar esta ilusão que não se encerra nem mesmo com a desistência e nem mesmo com a sua compreensão.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Do tempo

Depois do marco zero, o que veio antes passou a não existir. Atearam fogo às antigas escrituras, como se tudo o que importasse viesse adiante; fosse o presente. Pode haver esse desejo, mas fatalmente esse desejo não será realizado - jamais você conseguirá controlar o tempo, e muito menos definir o que é o presente. Você deveria saber que não há a alternativa de não ver a sombra do seu passado estando posicionado sob a luz do tempo. Você não consegue definir o presente, não vai conseguir, inevitavelmente você não sabe o que é o seu passado. Mas tem certeza de que há fantasmas te perseguindo e você vai viver nesta tormenta acreditando que se descobrir o porque da existência deles, você conseguirá se livrar. E não só isso, você também tentará destruí-los incansavelmente. Enquanto passional, você se atormentará incansavelmente, e o seu lado racional te oferecerá um atalho; se não optar por ele na primeira oportunidade, haverá outras, e nessa situação você terá oportunidades futuras, mas optando por ele na primeira oportunidade seu racionalismo o levará a crer que você não pode destruir o que de fato não existe. Afinal, são fantasmas, ilusões que você criou motivado por um sentimento de culpa e arrependimento suprimidos na ocasião e no tempo que se sucedeu mas que são inerentes a condição existencial do homem que vive em sociedade e absorve os valores que constrói e lhe são impostos ao mesmo tempo.

Sobre quem?

Não tenho forma. Não tenho volume. De mim, tudo é discutível. A coerência que eu tinha como ideal é um conceito aberto. E chego a conclusão de que não existe nada absoluto.Nenhum conceito é fechado. Baseei minha convicção em critérios que não existem. Acho que tudo é errado. Quero voltar no tempo pra fazer do jeito certo, mas vejo que não há jeito certo. Estarei sempre fadado a crer que nunca acertei. Porque sempre veio um conceito que teve força pra reformular tudo e me fazer ficar indignado com situação atual. É um ciclo. Você nunca vai produzir nada. Vai viver de incerteza e viver numa hipocrisia.Temos as respostas, o poder de mudança e mudamos pouco, quando sempre tivemos o poder de reconstruir tudo.

O que penso não é o que eu faço. Não estou errado. Não há quem esteja certo.É tudo nada. Nada do que você pensa é verdade. É incomodo não saber.