domingo, 29 de maio de 2011

Fazendo do tempo um catalisador sinestésico.

Um cheiro no som, um sabor numa cor...ou simplesmente uma sensação indescritível de prazer por sensações que remetem, sem muita justificativa, à experiências sinestésicas é o que de fato me interessa.

Enquanto cientistas mostram ao mundo que um perfil de personalidade ávido por experimentações aprecia experiências que estimulem a cognição, eu fico incrivelmente satisfeito ao ouvir que as músicas que eu realmente tenho prazer em ouvir são bastante sinestésicas.
Em contrapartida, tudo aquilo que é trivial e óbvio pouco me instiga, problemas interpessoais me parecem todos monossensoriais. Tem um gosto amargo, a cor cinza, doem, cheiram desagradável e incomodam os ouvidos.

Tanta sensibilidade única e restrita, me incomoda. Diante disso, consigo reconhecer a necessidade de solucionar os problemas dessa natureza, mas minha dificuldade parece ser única e restrita também; Como incitar meu apreço pelo que pouco me interessa?

"Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso faço hora, vou na valsa..."*
Talvez com o tempo eu descubra isso, ou talvez com o passar do tempo, eu torne o sabor um amargo doloroso; a cor numa cor cinza dolorosa, o cheiro num desagradavelmente doloroso, os sons em ondas que me doam aos tímpanos; e a própria dor, dolorosa o suficiente para tornar tudo sinestésico outra vez a ponto de me instigar novamente para que eu possa resolver estes problemas. Mas isso, é obra do tempo.



*Trecho da música "Paciência" de "Lenine".

Um comentário:

  1. eu nunca entendo direito o que voce quer dizer, mas tá massa hauhaha

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